Entrevista Concedida em Janeiro 2011
Magda: Cantamos
em mais 15 línguas, a saber: português, árabe, hebraico, grego, yidiche,
japonês, finlandês, búlgaro, mandarim, húngaro, swahilli e xhosa (línguas
africanas), línguas indígenas brasileiras (como o Tupi-Mondé e outras
variantes), espanhol, galego.
OT: Como decidem por uma etnia?
Magda: Decidimos
pela música e não pelo povo. Mas alguns projetos, pensamos no repertório de
determinadas regiões, como por exemplo, o Leste Europeu que tem canções muito
bonitas e que mesmo sendo de países diferentes mantém uma unidade. Dai
alinhavando as canções e montamos um espetáculo, como foi o Inquilinos do Mundo,
que tinha como tema, canções dos povos nômades, dos ciganos e povos que migram.
O segundo CD tinha como foco a presença dos primeiros povos que vieram para o
Brasil, como os portugueses, espanhóis e depois os imigrantes japoneses, árabes
etc., um mapeamento das etnias presentes aqui.
OT: O novo cd é uma coletânea de etnias brasileiras?
Magda: O
novo CD e DVD Rupestres Sonoros reúne diversas culturas indígenas como os
Txucarramãe e os Kayapó do Xingu, os Paiter-Suruí e Gavião-Ikolen de Rondônia;
os Kaxinawá do Acre, Pakaa Nova do Guaporé e assim por diante. A idéia é
mostrar a diversidade existente na Amazônia e quem os índios não são todos
iguais, tem culturas e musicalidades que se diferenciam uma das outras e é isso
que faz do Brasil um pais multicultural, não apenas a presença dos imigrantes.
OT: As pedras, de onde veio esta idéia?
Magda: Surgiu quando fomos convidados para fazer parte de
um Moitará
(encontro indígena dos Kamayura onde ocorrem trocas de presentes) da
Associação os psicanalistas junguianos que nos pediram um show que
fizesse
alguma conexão com os rupestres brasileiros. Daquele momento em
diante, comecei
a tecer relações entre as imagens rupestres da Serra da
Capivara onde havia
cenas de rituais de iniciação, para celebrar a vida, o
amor, para retratar a
caça, os afazeres domésticos, as danças e o
xamanismo. Assim fui escolhendo
canções que tivessem a ver com essas
cenas e surgiu Rupestres Sonoros. Fora
isso, existem os rupestres abstratos,
com signos e desenhos que podem ser
transformados em partituras. Com
pedras voce pode tocar convencionando
determinado som ao simbolo e
assim, podemos inventar uma música coletiva com o
público, uma espécie
de paisagem sonora
OT: Qual a maior mensagem do trabalho de vocês, no geral?
OT: Qual a maior mensagem do trabalho de vocês, no geral?
Magda: São
muitas mensagens subentendidas no nosso trabalho, mas acho que a mais relevante
é de que a cultura nos une, que não precisamos ficar brigando porque somos
diferentes. Ser diferente do outro é maravilhoso, mas precisamos saber
respeitar isso. Faço das palavras da Clarice Lispector as minhas: Achar bonito é o primeiro passo para se
conhecer o outro.
OT: O grupo é envolvido em algum projeto ambiental?
OT: O grupo é envolvido em algum projeto ambiental?
Magda: Não,
ainda não, mas sempre somos convidados a participar de aberturas de congressos
ou eventos ligados ao meio-ambiente. Existe a possibilidade participarmos da
Virada Sustentável nesse ano.
OT: Quais as próximas apresentações do grupo?
OT: Quais as próximas apresentações do grupo?
Magda: Estamos
de partida para João Pessoa na Paraíba onde faremos um show na praça central da
cidade no projeto Estação Nordeste organizado pelo Chico César que hoje é Secretário
da Cultura da cidade. Ao longo do ano iremos fazer apresentações em várias
cidades do interior de São Paulo como Mauá, Marília, São Bernardo do Campo e
Araraquara nos teatros do SESI. Também participaremos da Virada Cultural em
Santos e temos viagens internacionais como China, Portugal e Holanda.
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